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SAÚDE

Síndrome relacionada ao trabalho é classificada como doença pela OMS

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O esgotamento profissional, conhecido como Síndrome de Burnout, foi incluído na Classificação Internacional de Doenças (CID) pela Organização Mundial de Saúde (OMS). A lista é baseada nas conclusões de especialistas de todo o mundo e utilizada para estabelecer tendências e estatísticas de saúde.

A professora de psicologia da Unifacs, Roberta Machado, que é especialista em saúde mental, destacou que a Síndrome de Burnout está relacionada com a exaustão. Ela explica que antes as pessoas tinham uma noção de sobrecarga no trabalho, que poderia levar os trabalhadores ao sofrimento mental. Mas que agora criou-se a Síndrome de Burnout para entender que há sinais a mais para o trabalhador, que envolvem um adoecimento crônico, um adoecimento mental de gravidade.

“Não é só mais a sensação de cansaço. A Síndrome de Burnout acontece quando a pessoa não sabe mais quem é, não sabe o significado do trabalho, a pessoa apresenta alterações psíquicas, se perdem no tempo, no espaço, uma série de complicações até comportamentais, como agressividade e humor deprimido, tremores. É um conjunto de sinais e sintomas que caracterizam que o trabalhador está em exaustão física e emocional”, explicou.

Síndrome de Burnout e a depressão

A psicóloga falou ainda sobre as semelhanças e diferenças da Síndrome de Burnout e a depressão. Segundo ela, a síndrome não pode ser considerada como depressão, apesar de apresentar sintomas parecidos, pois a Síndrome de Burnout apresenta ainda outros sinais.

“A gente vai ver sinais de ansiedade e de episódios depressivos, mas a gente não pode considerar depressão, pois a essência pra dizer que tem Síndrome de Burnout, é aquele trabalhador, que tem vários sinais e sintomas, mas que estão relacionados com o trabalho, com a exaustão. Hoje é muito frequente a gente ter uma sobrecarga, para além da carga horária que foi contratado e isso causa exaustão física e emocional”, destacou.

Causas

De acordo com a psicóloga Roberta Machado, tem várias condições de trabalho que levam o sujeito a exaustão emocional. Ela exemplificou os profissionais de saúde, que trabalham em regime de plantão.

“Quem trabalha de plantão tem 24 horas de tensão e quando sai já vai trabalhar em outro local, então existe a extensão da carga horária. Hoje as pessoas são contratadas para trabalhar numa carga horária de 40 horas, mas devido a necessidade financeira que faz as pessoas terem que trabalhar em outro lugar, ou o próprio trabalho exige demais, chegando ao ponto do trabalhador ter a Síndrome de Burnout, por conta da estafa”.

A psicóloga Roberta Machado destaca a importância da Organização Mundial de Saúde colocar a Síndrome de Burnout como uma doença. Segundo ela, isso é um avanço, pois quando se considera como uma doença fica mais fácil provar a causa do acometimento do adoecimento pelo trabalhador.

“Quando a gente pensa em saúde mental do trabalhador, a área da psicologia, a gente entende que precisa associar sinais e sintomas com o trabalho. Às vezes o trabalhador pode apresentar determinados sintomas e que não necessariamente é por conta do trabalho. Com o adoecimento crônico, sendo considerado doença, a gente vai poder fazer um nexo causal realmente efetivo. O nosso problema é que quando a gente tinha um trabalhador acometido por acidente de trabalhado, era uma coisa visível. Mas quando o sujeito vem inteiro dizendo que está adoecido porque o chefe humilha, como vamos provar isso? Agora a gente tem como provar que o chefe passa trabalho demais e por isso que ele está em estafa, então isso é um avanço”, explicou.

Prevenção

Para a especialista, conciliar produtividade e saúde metal tem sido um grande desafio para a maioria dos trabalhadores. Ela destacou que é preciso relacionar os adoecimentos do momento com o cenário político e econômico que a gente vive e lembrou que vivemos em um momento neoliberal e capitalista, onde o capitalismo influencia as pessoas a trabalharem em excesso.

“É considerada uma pessoa produtiva aquela que faz a obrigação dela e ainda faz mais. Não há limites para trabalho e pra hora de trabalho. A pessoa está no celular resolvendo coisas de trabalho, nas horas em que deveria estar descansando, ou seja, o capitalismo faz você pensar que deve produzir e produzir e que você só vai ser bom e ficar no emprego se ir além, o que não é verdade, pois a gente precisa de lazer, precisa de um momento de ócio”, disse.

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SAÚDE

Fiocruz: internações por gripe e vírus sincicial aumentam no país

O boletim aponta ainda para queda dos casos de covid-19, com alguns estados em estabilidade.

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Foto: Tomaz Silva / Agência Brasil

O Boletim InfoGripe, divulgado nesta semana pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), chama atenção para alta das internações por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), causadas principalmente pelo vírus sincicial respiratório (VSR) e a influenza A, o vírus da gripe. O boletim aponta ainda para queda dos casos de covid-19, com alguns estados em estabilidade.

Nas últimas quatro semanas, do total de casos de síndromes respiratórias, 54,9% foram por vírus sincicial e 20,8% por influenza A. Entre as mortes, os dois vírus são os mais presentes. Conforme o boletim, as mortes associadas ao vírus da gripe estão se aproximando das mortes em função da Covid-19, “por conta da diferença do quadro de diminuição da Covid-19 e aumento de casos de influenza”.

Desde o início de 2024, foram registrados 2.322 óbitos por síndrome respiratória grave no país.

O coordenador do InfoGripe, Marcelo Gomes, alerta para a importância da vacinação contra a gripe, em andamento no país, como forma de evitar as formas graves da doença. “A vacina da gripe, como a vacina da covid, têm como foco diminuir o risco de agravamento de um resfriado, que pode resultar numa internação e até, eventualmente, uma morte. Ou seja, a vacina é simplesmente fundamental”, alerta, conforme publicação da Fiocruz.

De acordo com o levantamento, 20 estados e o Distrito Federal apresentam tendência de aumento de SRAG no longo prazo: Acre, Alagoas, Amazonas, Bahia, Ceará, Goiás, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Santa Catarina, Sergipe, São Paulo e Tocantins.

Agência Brasil

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SAÚDE

Brasil integra rede da OMS para monitoramento de coronavírus

A CoViNet reúne 36 laboratórios de 21 países

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O Brasil passou a integrar um grupo internacional de monitoramento dos diferentes tipos de coronavírus. A rede de laboratórios, chamada de CoViNet, tem como objetivo identificar novas cepas que possam representar riscos para a saúde pública, além de buscar se antecipar a uma nova pandemia. 

A CoViNet reúne 36 laboratórios de 21 países e é um desdobramento da rede de laboratórios de referência estabelecida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) no início da pandemia de covid-19. O Brasil é representado pelo Laboratório de Vírus Respiratórios, Exantemáticos, Enterovírus e Emergências Virais do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz).

No final de 2023, a OMS decidiu ampliar e consolidar a rede formada durante a pandemia e lançou uma chamada para laboratórios de todo o mundo. O laboratório do IOC/Fiocruz foi um dos selecionados para compor a CoViNet. 

Segundo o IOC/Fiocruz, os dados gerados pelo CoViNet irão orientar o trabalho dos Grupos Técnicos Consultivos sobre Evolução Viral (TAG-VE) e de Composição de Vacinas (TAG-CO-VAC) da Organização, garantindo que as políticas e ferramentas de saúde global estejam embasadas nas informações científicas mais recentes e precisas.

Metro1

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SAÚDE

Casos de síndrome respiratória aguda grave sobem no país, diz Fiocruz

Quadro é decorrente do crescimento de diferentes vírus respiratórios.

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Foto: BBC

O boletim InfoGripe da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) divulgado nesta quinta-feira (28) aponta que os casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) aumentaram em crianças, jovens e adultos em todo o país. O quadro é decorrente do crescimento, em diversos estados, de diferentes vírus respiratórios como influenza (gripe), vírus sincicial respiratório (VSR) e rinovírus.

O boletim indica também uma tendência de queda de casos de SRAG na população a partir dos 50 anos de idade, devido à diminuição dos casos de Covid-19 nas regiões Centro-Oeste e Sudeste, e também de redução dos casos na região Sul.

De acordo com o coordenador do InfoGripe, Marcelo Gomes essa conjuntura mascara o crescimento dos casos de SRAG pelos demais vírus respiratórios nessas faixas etárias, especialmente aqueles associados ao vírus influenza A. “Esse cenário é fundamentalmente igual ao da semana passada. Manutenção de queda nas internações associadas à Covid-19 no Centro-sul, contrastando com o aumento de VSR e rinovírus em praticamente todo o país (incluindo o Centro-sul) e influenza A no Norte, Nordeste, Sudeste e Sul”, explicou.

Nas cidades de São Paulo e Rio de Janeiro, quando se estuda o total de novas internações por SRAG, sem a análise por faixa etária, observa-se cenário de estabilidade. Gomes avalia que, na verdade, esse quadro decorre da queda na Covid-19, camuflando o aumento nas internações pelos demais vírus respiratórios.

“Se olhamos apenas para as crianças, onde principalmente o VSR e o rinovírus estão mais presentes nas internações, vemos claramente o sinal de aumento expressivo de SRAG”, explica o pesquisador. Ele também destaca a importância dos cuidados para a prevenção. “Em casos de infecções respiratórias, sintomas de gripe e resfriados, deve-se procurar encaminhamento médico, além de manter repouso e usar uma boa máscara sempre que precisar sair de casa. A vacinação também é fundamental. A vacina da gripe está disponível em diversos locais”.

Mortalidade

A incidência de SRAG por Covid-19 mantém o cenário de maior impacto nas crianças de até dois anos e idosos a partir de 65 anos de idade. O aumento da circulação do VSR tem gerado crescimento expressivo da incidência de SRAG nas crianças pequenas, superando aquela associada à Covid-19 nessa faixa etária. Outros vírus respiratórios com destaque para a incidência de SRAG nas crianças pequenas continuam sendo o Sars-CoV-2 (Covid-19) e rinovírus. Já o vírus influenza vem aumentando a incidência de SRAG em crianças, pré-adolescentes e idosos. Quanto à mortalidade por de SRAG tem se mantido significativamente mais elevada nos idosos, com amplo predomínio de Covid-19.

Ao todo, 23 capitais do país apresentam crescimento nos casos de SRAG: Aracaju (SE), Belém (PA), plano piloto e arredores de Brasília (DF), Campo Grande (MS), Curitiba (PR), Florianópolis (SC), Fortaleza (CE), Goiânia (GO), João Pessoa (PB), Macapá (AP), Maceió (AL), Manaus (AM), Natal (RN), Palmas (TO), Porto Alegre (RS), Porto Velho (RO), Recife (PE), Rio Branco (AC), Rio de Janeiro (RJ), Salvador (BA), São Luís (MA), Teresina (PI) e Vitória (ES).

Agência Brasil

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