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Representantes de quadrilhas juninas na BA falam do impacto sem festa pelo 2º ano

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Sem indumentárias juninas, ensaios, dança ou música. Pelo segundo ano consecutivo, as quadrilhas juninas não vão invadir espaços das cidades da Bahia por causa da pandemia da Covid-19.

Representantes das quadrilhas de Salvador, que durante o São João viajavam pelo estado e também pelo país, contaram, em entrevista ao G1, sobre os impactos econômicos e culturais em consequência da pandemia.

Teve grupo que decidiu se reinventar, como é o caso da Imperatriz do Forró, quadrilha junina do subúrbio da capital baiana, que possui cerca de 200 pessoas entre dançarinos e corpo técnico.

“Paramos tudo, fizemos lives, mas a quadrilha mesmo não deu para continuar. A gente tem encontros virtuais, nos falamos por WhatsApp para não esfriar a quadrilha. Esse grupo tem, além de todo trabalho de fortalecimento cultural, uma tradição social. Então, como temos muitos integrantes adolescentes comecei a pensar em como deixá-los ocupados na pandemia”, conta Armany Celebridade, presidente do grupo.

O projeto

Armany detalha como usou a arte para manter muitos jovens que integram a quadrilha junina, em atividade. A beleza ritmada em forma de coreografia foi interrompida, temporariamente, para dar lugar a uma série com cenas da vida real de quem mora na periferia de Salvador.

“Muitos jovens se perderam no mundo do crime e eu fiquei muito triste. Eu pensei: ‘como manter eles ocupados?’. Então criei o Periferia 999, com a ideia de fazer uma série gravada no celular para ser exibida na internet”, conta.
Armany detalha que ao perceber que o São João não seria realizado no ano passado, tirou o projeto da gaveta. Ele começou a fazer testes de elenco e, em dezembro, já tinha a primeira série, a Periferia 999, onde retratou a vida na periferia da capital baiana.

Este ano, além do espaço que vem ganhando na internet, Armany diz que ao observar que o São João seria cancelado mais uma vez, apostou na continuidade do trabalho audiovisual com a série de comédia “A vidente”, que já tem quatro episódios disponíveis na web.

“A gente utiliza celulares para gravar. Aos poucos, vamos ganhando experiência de áudio e imagem para, no futuro, montar um filme. Por causa da pandemia, a gente grava na parte externa e interna de um estúdio que eu tenho aqui em Itacaranha [bairro de Salvador]”, detalha.

Armany conta que as gravações têm mantido as pessoas que faziam parte da quadrilha e jovens em atividade, e que, aos poucos, apesar de conquistar um espaço na internet, ele não pretende deixar a Imperatriz do Forró de lado.

“Eu precisei pensar no social ainda mais. A quadrilha em si já é uma ação que considero social porque aqui quem não pode pagar pelo figurino, não deixa de dançar, a gente paga. Se viajamos para um concurso, alugamos ônibus e fazemos o que for preciso”, disse.

“A preparação completa da quadrilha eu chego a gastar R$ 100 mil para o São João e, se a gente ganhasse todos os concursos que disputamos, ganharíamos no máximo R$ 10 mil. Não tem explicação maior se não for amor”, ressalta.
O presidente da Imperatriz do forró conta que há integrantes que pagam pelos figurinos, mas ainda assim, para arrecadação de dinheiro voltada para as apresentações, são necessárias ações como rifas, sorteios e até incluir dinheiro do próprio bolso.

Representação cultural e papel social

Assim como Armany, Cleber Delka, um dos diretores e coreógrafo da quadrilha Forró Asa Branca, conta que o grupo vai além da dança e representação cultural do Nordeste. A quadrilha também tem um papel social.

“Pensando em um contexto social, ela [quadrilha] abarca o jovem para ele não estar sozinho, sem fazer nada. Na questão sociocultural você ensina. A quadrilha junina veio dos guetos, Cidade Baixa, Alto do Peru, Fazenda Grande, enfim. E por ser uma movimentação de gueto, e por ser quadrilha, não deveria perder espaço porque tinha a valorização das pessoas”.

“Quando existia concursos transmitidos pela televisão, de tarde, as mães paravam para ver o filho dançar na televisão. Era importante ver alguém não como protagonista do crime, mas protagonista da cultura popular”, diz.
A Asa Branca, que em 2022 completa 30 anos de história, tem 69 títulos e é a primeira quadrilha da Bahia a ser campeã no Campeonato Brasileiro da Federação Brasileira de Quadrilha (em 2012). O grupo, assim como os outros, também foi impactado pela pandemia.

“A quadrilha não tem muitos fins lucrativos, é um grupo cultural. Aqui na Bahia ela muitas vezes é provida por pagamento de carnê. A quadrilha ficou sem esse retorno e sem o concurso, que querendo ou não gera uma verba”, explica Cleber.

O grupo, que conta com cerca de 140 pessoas entre os que dançam e a parte técnica, fez apresentações online durante o período junino de 2020 e a situação deve se repetir em 2021.

“No final de 2020 foi lançada a Lei Aldir Blanc. Entramos no edital, que deu para suprir dívidas e compromissos, ainda que a quadrilha não tenha se apresentado. Apresentamos o espetáculo virtual para Morte Severina, uma homenagem a João Cabral de Melo Neto. É um curta que a gente conseguiu elaborar em 2021. Em 2020 produzimos uma live em junho”, relembra.

Assim como a Asa Branca, o grupo Capelinha do Forró, com cerca de 22 anos de história, também fez live por meio da Lei Aldir Blanc.

“Com a lei Aldir Blanc conseguimos patrocínios este ano. A gente fez muita coisa online porque a lei dá prazos para as coisas. Devemos fazer algo junho ou início de julho pelo projeto da Lei Aldir Blanc, mas com certeza, assim como outros grupos, sofremos os impactos da pandemia”, explica Deivid Washington Souza, um dos diretores e marcador da quadrilha junina.

Falta de apoio

Apesar da suspensão das apresentações por causa da pandemia, os impactos sofridos pelas quadrilhas não são inéditos. Mesmo com apoio através dos editais que receberam neste momento, uma opinião entre os representantes da quadrilha é comum: falta de patrocínio.

“Nas cidades do interior, os grupos têm mais patrocínios, até das prefeituras. Aqui em Salvador é mais complicado”, diz Armany Celebridade. Deivid Washington enfatiza: “Especificamente, aqui na Bahia, não se tem patrocínio”.

Já Cleber diz que percebe um enfraquecimento das quadrilhas juninas em Salvador, e em todo o estado. Segundo ele, entre o final da década de 80 para 90, somente em Salvador eram cerca de 90 quadrilhas e, hoje, ele conta que cerca de 6 estão em atividade.

“As quadrilhas estão perdendo espaço. No final da década de 80, as quadrilhas tinham esse espaço. Patrocínio, hoje, não tem. O custo de uma quadrilha é de mais de R$ 130 mil em notas, isso com indumentária. Em 2016, gastamos R$ 180 mil. É custo altíssimo. Os prêmios não pagam o que gastamos. Fazemos porque gostamos mesmo, queremos ver o resultado e ter um papel social e cultural sim”, destaca.

Apesar das dificuldades, a esperança de todos é de que em 2022 elas possam pensar nos temas, produzir os espetáculos e vestir os figurinos para a grande dança da retomada.

“A pandemia só causou mais a ânsia de todos para voltar”, diz Clebinho.
“A falta que a gente sente é de encontrar as pessoas, fazer a cultura acontecer. Não poder ver a plateia que a gente gosta…estamos carentes disso”, diz Deivid, da Capelinha do Forró, grupo que possui cerca de 200 pessoas de Salvador, Feira de Santana e outras cidades da Bahia.

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BAHIA

‘Não há necessidade de falar em desabastecimento’, diz Sindicombustiveis

Unidades da Refinaria de Mataripe estão paradas ou apresentando problemas operacionais provocados pelas fortes chuvas.

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Crédito: Ana Lúcia Albuquerque/CORREIO

O Sindicombustíveis Bahia afirmou nesta quarta-feira (24) que não identificou falta ou restrição nos fornecimentos de gasolina e diesel no estado e afastou os alertas para falta de combustível. Em nota, o Sindicato informou que entrou em contato com os postos e com as distribuidoras que atuam no mercado baiano e, com base nisso, “não há necessidade de falar em desabastecimento”.

A declaração foi feita após denúncia de um possível desabastecimento de combustíveis na Bahia, feita pelo Sindicato dos Petroleiros da Bahia (Sindipetro-Ba).

O Sindicombustíveis ainda ressaltou que o abastecimento de combustíveis não acontece única e exclusivamente através das refinarias e petroquímicas, e que, numa eventual necessidade, existe a possibilidade de importação desses produtos.

O mercado de combustíveis do Brasil é de responsabilidade da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) e, entre as suas atribuições, está a regulação dos estoques de combustíveis em diversas regiões do país, com total controle para eventual contingenciamento de estoque.

Bahia corre risco de ficar sem gasolina e gás de cozinha, diz sindicato

O Sindicato dos petroleiros e petroleiras da Bahia (Sindipetro-Ba) informou que algumas unidades da Refinaria de Mataripe, administrada pela empresa Acelen, estão paradas ou apresentando problemas operacionais provocados pelas fortes chuvas que caem no estado. Em função disso, a refinaria não está operando com plena capacidade e já apresenta baixo estoque de gasolina e gás de cozinha (GLP).

“Esse estoque está bem abaixo do nível mínimo de segurança. Hoje, todo o gás e gasolina produzidos estão sendo direcionados para atender o mercado interno, de modo que a Acelen não está distribuindo para outros estados”, disse o diretor de comunicação do Sindipetro-Ba, Radiovaldo Costa.

Conteúdo Correio

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BAHIA

Febre Oropouche: sobe para 157 número de casos na Bahia

O primeiro caso da doença em Salvador foi confirmado no dia 10 de abril.

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Crédito: Conselho Federal de Farmácia/Reprodução

Subiu para 157 o número de casos confirmados da Febre do Oropouche na Bahia. Nesta terça-feira, 23 de abril, foi confirmado pelo Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen) que a doença foi mapeada em 23 cidades da Bahia.

O primeiro caso da doença em Salvador foi confirmado no dia 10 de abril.

Confira cidades com casos confirmados da doença

  • Amargosa (3)
  • Camamu (1)
  • Gandu (12)
  • Ibirapitanga (4)
  • Ituberá (1)
  • Jaguaripe (3)
  • Laje (18)
  • Maragogipe (1)
  • Mutuípe (19)
  • Piraí do Norte (1)
  • Presidente Tancredo Neves (9)
  • Salvador (4)
  • Santo Antônio de Jesus (6)
  • Taperoá (15)
  • Teolândia (36)
  • Valença (10)
  • Igrapiúna (5)
  • Feira de Santana (1)
  • Camacan (1)
  • Wenceslau Guimarães (3)
  • Jiquiriça(1)
  • São Miguel das Matas (2)
  • Itabuna (1)

A Secretaria de Saúde (Sesab) não divulgou detalhes sobre o estado de saúde dos pacientes.

👉 A Febre do Oropouche é uma doença viral transmitida pelo Culicoides paraensis, conhecido como maruim ou mosquito-pólvora. Até o momento, não há registros de transmissão direta entre pessoas.

👉 Os sintomas incluem febre, dor de cabeça e dores musculares, semelhantes aos de outras arboviroses como a dengue e a chikungunya.

👉Não existe tratamento específico para a Febre do Oropouche, sendo o tratamento focado no alívio dos sintomas.

Com o aumento no número de casos, a Secretaria da Saúde do Estado intensificou as ações de investigação epidemiológica nas regiões em que houve registros da doença.

Técnicos da Vigilância Epidemiológica estão fazendo a captura do mosquito transmissor para identificar se estão infectados. O objetivo é compreender melhor o cenário da doença na Bahia.

Por meio de nota, a diretora da Vigilância Epidemiológica do Estado, Márcia São Pedro, disse que o poder público está em alerta desde o primeiro caso confirmado.

“Toda vez que falamos em agravo de interesse a saúde pública, um caso já é um sinal de alerta para a vigilância epidemiológica, mesmo que não haja um cenário de ameaça iminente”, afirma.

Ainda de acordo com Márcia São Pedro, é importante que as pessoas usem roupas compridas e façam uso de repelentes. “Ressaltamos também que não se deve deixar lixo e folhas acumulados, pois a existência destes materiais facilita a reprodução do vetor”, afirma.

Ela ainda destaca que ao aparecer sintomas, deve-se buscar uma unidade de saúde. Não existe tratamento específico para a Febre do Oropouche, é feito o manejo clínico focado no alívio dos sintomas.

Conteúdo G1

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Sesab confirma 47 mortes por dengue em 2024 na Bahia

Coaraci, Caculé, Ipiaú e Luís Eduardo Magalhães foram os últimos municípios a registrar óbitos.

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Crédito: Mateus Pereira/GOVBA

A Secretaria da Saúde da Bahia (Sesab) confirmou 47 óbitos por dengue em 2024. As quatro novas mortes foram confirmadas no último sábado (20) no municípios de Coaraci (1), Caculé (1), Ipiaú (1) e em Luís Eduardo Magalhães (1).

A Bahia possui uma taxa de letalidade de 2,9%, menor do que a média nacional para a dengue. Ao todo, foram confirmados 47 óbitos em decorrência da doença nos municípios de Vitória da Conquista (10), Jacaraci (4), Juazeiro (4), Feira de Santana (3), Piripá (3), Barra do Choça (2), Caetité (2), Coaraci (2), Santo Antônio de Jesus (2), Bom Jesus da Lapa (1), Caculé (1), Caetanos (1), Campo Formoso (1), Carinhanha (1), Encruzilhada (1), Guanambi (1), Ibiassucê (1), Irecê (1), Ipiaú (1), Luís Eduardo Magalhães (1), Palmas de Monte Alto (1), Santo Estevão (1), Seabra (1) e Várzea Nova (1).

Em 2024, foram notificados 153.404 casos prováveis de dengue no estado. No mesmo período de 2023, foram notificados 19.106 casos prováveis, o que representa um incremento de 702,9%. Vitória da Conquista segue liderando o número de casos, com 24.111, seguida por Salvador, com 6.796, e Feira de Santana, com 6.239 casos prováveis da doença.

Atualmente, 256 municípios se encontram em epidemia de dengue. Outros 69 estão em risco e 43 estão em alerta.

Vacinação

Em todo o estado, cerca de 16.325 doses de vacina contra a dengue estão com validade até o dia 30 de abril, e ainda não foram aplicadas. O público-alvo prioritário contempla a faixa etária de 6 a 16 anos, sendo liberada a aplicação em pessoas de 4 a 59 anos, caso não haja adesão do público-alvo.

Até o momento, o estado recebeu 170.469 doses de vacina contra a dengue, sendo que 120.022 deste total tem vencimento no dia 30 de abril. Ao todo, considerando todos os lotes, 122.680 já foram administradas.

Conteúdo G1

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