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SAÚDE

Médico alerta para crescimento de câncer de mama entre mulheres jovens

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“Tratei minha primeira paciente com câncer de mama em 1988. Vi mulheres morrerem. Porém, a letalidade da doença caiu de lá para cá, graças à habilidade médica de individualizar o tratamento.”

Conte algo que não sei.

O Brasil recomenda exames de mamografia a partir dos 50 anos, mas o câncer de mama tem crescido entre as mulheres abaixo dessa idade. Essa recomendação considera padrões internacionais, obtidos a partir de estudos com americanas e europeias. Só que, no Brasil, a maioria das pacientes apresenta o que chamamos de pré-sintomas antes dos 50. E é mais difícil o diagnóstico nas mulheres mais jovens, por causa da influência hormonal e da densidade das mamas. Daí que o mais importante é focar numa investigação rápida.

Como esse diagnóstico rápido pode ser feito?

A mulher com qualquer alteração nas mamas deve procurar um médico. É preciso atenção para mudanças na pele ou no tamanho dos seios e na aparência dos mamilos, bem como relatar ocasionais sangramentos. A cura depende muito do estágio do tumor, por isso é fundamental descobri-lo no início. E também para que se possa dar o tratamento adequado ao tipo da doença.

Quantos tipos de câncer de mama existem?

De oito a dez. Cada câncer de mama é único, assim como cada mulher. E cada uma delas tem uma combinação própria de fatores importantes relacionados ao desenvolvimento da doença. É o caso do número de filhos e de quando ela os teve, do histórico de câncer de mama na família e do consumo de álcool, entre outras coisas.

Há alguma particularidade em relação às brasileiras que desenvolveram a doença?

Sim, a desigualdade. Em países como Estados Unidos, Reino Unido, França, Alemanha e Noruega, as taxas de mortalidade têm caído uniformemente nos últimos 20 anos. No Brasil é diferente. Há apenas um estado em que esse índice reduziu tanto na área rural quanto na urbana: São Paulo. No Rio e no Rio Grande do Sul, ele teve uma diminuição só nas cidades. Nos estados do Norte, os números não mudam em lugar algum. Essas diferenças decorrem, principalmente, dos investimentos feitos.

De quem é a responsabilidade por essa situação?

Tive o privilégio de visitar o Hospital do Câncer em Barretos, no interior de São Paulo, que é mantido, majoritariamente, por meio de doações. Os médicos conseguiram construir um espaço em que os pacientes são bem atendidos e com rapidez. É como se eles tivessem desistido de esperar pelo governo e viabilizado uma solução própria.

O câncer de mama e o HIV, apesar das campanhas de conscientização, crescem entre os jovens. É coincidência?

Há interessantes semelhanças e diferenças entre eles. Quando eu estava decidindo o que faria na carreira, na década de 1980, o HIV era uma doença nova e que matava muitos homens jovens. Vários dos meus amigos foram pesquisar a doença. Hoje, ainda que não seja curável, muitos pacientes portadores de HIV levam uma vida normal. Quando se trata de câncer de mama, eu também já vi muitas mulheres jovens morrendo.

O senhor tem 30 anos de carreira e participa ativamente de eventos de Medicina. Há muito a aprender?

Vou a muitos congressos. Em alguns momentos, aprendo; em outros, ensino. É fundamental estar atento aos avanços no tratamento do tumor na mama. Todos os profissionais, e os médicos em particular, precisam amadurecer o conhecimento ao longo da vida. Fiz Faculdade de Medicina há 30 anos. Muitos avanços ocorreram neste período, e eu preciso conhecê-los para poder aplicá-los no tratamento das minhas pacientes.

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SAÚDE

Brasil integra rede da OMS para monitoramento de coronavírus

A CoViNet reúne 36 laboratórios de 21 países

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O Brasil passou a integrar um grupo internacional de monitoramento dos diferentes tipos de coronavírus. A rede de laboratórios, chamada de CoViNet, tem como objetivo identificar novas cepas que possam representar riscos para a saúde pública, além de buscar se antecipar a uma nova pandemia. 

A CoViNet reúne 36 laboratórios de 21 países e é um desdobramento da rede de laboratórios de referência estabelecida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) no início da pandemia de covid-19. O Brasil é representado pelo Laboratório de Vírus Respiratórios, Exantemáticos, Enterovírus e Emergências Virais do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz).

No final de 2023, a OMS decidiu ampliar e consolidar a rede formada durante a pandemia e lançou uma chamada para laboratórios de todo o mundo. O laboratório do IOC/Fiocruz foi um dos selecionados para compor a CoViNet. 

Segundo o IOC/Fiocruz, os dados gerados pelo CoViNet irão orientar o trabalho dos Grupos Técnicos Consultivos sobre Evolução Viral (TAG-VE) e de Composição de Vacinas (TAG-CO-VAC) da Organização, garantindo que as políticas e ferramentas de saúde global estejam embasadas nas informações científicas mais recentes e precisas.

Metro1

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Casos de síndrome respiratória aguda grave sobem no país, diz Fiocruz

Quadro é decorrente do crescimento de diferentes vírus respiratórios.

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Foto: BBC

O boletim InfoGripe da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) divulgado nesta quinta-feira (28) aponta que os casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) aumentaram em crianças, jovens e adultos em todo o país. O quadro é decorrente do crescimento, em diversos estados, de diferentes vírus respiratórios como influenza (gripe), vírus sincicial respiratório (VSR) e rinovírus.

O boletim indica também uma tendência de queda de casos de SRAG na população a partir dos 50 anos de idade, devido à diminuição dos casos de Covid-19 nas regiões Centro-Oeste e Sudeste, e também de redução dos casos na região Sul.

De acordo com o coordenador do InfoGripe, Marcelo Gomes essa conjuntura mascara o crescimento dos casos de SRAG pelos demais vírus respiratórios nessas faixas etárias, especialmente aqueles associados ao vírus influenza A. “Esse cenário é fundamentalmente igual ao da semana passada. Manutenção de queda nas internações associadas à Covid-19 no Centro-sul, contrastando com o aumento de VSR e rinovírus em praticamente todo o país (incluindo o Centro-sul) e influenza A no Norte, Nordeste, Sudeste e Sul”, explicou.

Nas cidades de São Paulo e Rio de Janeiro, quando se estuda o total de novas internações por SRAG, sem a análise por faixa etária, observa-se cenário de estabilidade. Gomes avalia que, na verdade, esse quadro decorre da queda na Covid-19, camuflando o aumento nas internações pelos demais vírus respiratórios.

“Se olhamos apenas para as crianças, onde principalmente o VSR e o rinovírus estão mais presentes nas internações, vemos claramente o sinal de aumento expressivo de SRAG”, explica o pesquisador. Ele também destaca a importância dos cuidados para a prevenção. “Em casos de infecções respiratórias, sintomas de gripe e resfriados, deve-se procurar encaminhamento médico, além de manter repouso e usar uma boa máscara sempre que precisar sair de casa. A vacinação também é fundamental. A vacina da gripe está disponível em diversos locais”.

Mortalidade

A incidência de SRAG por Covid-19 mantém o cenário de maior impacto nas crianças de até dois anos e idosos a partir de 65 anos de idade. O aumento da circulação do VSR tem gerado crescimento expressivo da incidência de SRAG nas crianças pequenas, superando aquela associada à Covid-19 nessa faixa etária. Outros vírus respiratórios com destaque para a incidência de SRAG nas crianças pequenas continuam sendo o Sars-CoV-2 (Covid-19) e rinovírus. Já o vírus influenza vem aumentando a incidência de SRAG em crianças, pré-adolescentes e idosos. Quanto à mortalidade por de SRAG tem se mantido significativamente mais elevada nos idosos, com amplo predomínio de Covid-19.

Ao todo, 23 capitais do país apresentam crescimento nos casos de SRAG: Aracaju (SE), Belém (PA), plano piloto e arredores de Brasília (DF), Campo Grande (MS), Curitiba (PR), Florianópolis (SC), Fortaleza (CE), Goiânia (GO), João Pessoa (PB), Macapá (AP), Maceió (AL), Manaus (AM), Natal (RN), Palmas (TO), Porto Alegre (RS), Porto Velho (RO), Recife (PE), Rio Branco (AC), Rio de Janeiro (RJ), Salvador (BA), São Luís (MA), Teresina (PI) e Vitória (ES).

Agência Brasil

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Casos de dengue em gestantes aumentam 345% em 2024

Aumento representa um quadro preocupante de saúde pública.

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Foto: Nuzeee / Pixabay

O número de casos de dengue em gestantes aumentou 345,2% nas seis primeiras semanas deste ano, na comparação com o mesmo período de 2023, segundo dados epidemiológicos do Ministério da Saúde divulgados nesta sexta-feira (1º). 

“Este aumento representa um quadro preocupante de saúde pública, considerando o risco elevado de complicações graves, tanto para elas quanto para os bebês. Formas graves da doença, como choque, hemorragias e óbito representam riscos para as gestantes, enquanto as complicações perinatais incluem prematuridade, restrição de crescimento intrauterino e morte fetal”, informou a pasta. 

Segundo o ministério, em 2023 foram registrados 1.530.940 casos prováveis no país, com um coeficiente de incidência de 753,9 casos por 100 mil habitantes, o que representa um aumento de 16,5% em comparação com o ano anterior.

Desde o início do ano, o Brasil registrou 1.038.475 casos prováveis de dengue e 258 mortes confirmadas pela doença. Outros 651 óbitos estão em investigação. O coeficiente de incidência da dengue no país neste momento é de 511,4 casos para cada grupo de 100 mil habitantes, segundo o Painel de Monitoramento das Arboviroses.

Agência Brasil

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