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Investigação identifica 11 casos de superfungo resistente a medicamentos na Bahia

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A Bahia contabiliza 11 casos do superfungo fatal ‘Candida auris’, resistente a medicamentos e responsável por graves infecções hospitalares. A situação está sendo tratada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) como surto. O órgão alerta que a Candida auris é um fungo emergente que representa uma “grave ameaça à saúde global”.

“Pode causar infecções invasivas, que são associadas à alta mortalidade, pode ser multirresistente e levar à ocorrência de surtos nos serviços de saúde”, informou. Além disso, a Anvisa alerta que as infecções com Candida auris são invasivas e podem ser fatais. “Com base em relatos com número limitado de pacientes, 30% a 60% dos pacientes com infecções de corrente sanguínea por C. auris evoluíram para o óbito”, adverte.

Após a identificação do primeiro caso, em dezembro de 2020, o órgão emitiu, em 8 de dezembro de 2020, um alerta e uma investigação foi instaurada. As verificações para identificar a origem e extensão do surto foram conduzidas pela Secretaria da Saúde do estado (Sesab) e do município de Salvador (SMS) e identificaram novas ocorrências.

Diante da confirmação do caso da Bahia, o primeiro do Brasil, a agência publicou em 21 de dezembro uma atualização na nota técnica que tratava de orientações para identificação, prevenção e controle de infecções por Candida auris nas unidades de saúde.

INVESTIGAÇÃO

O foco da investigação estava em identificar o fungo e controlar o surto. De acordo com a Anvisa, assim que a agência foi notificada foi instituída uma força-tarefa nacional com representantes de diversas instituições, principalmente da Bahia. Essa força-tarefa realizou reuniões e discussões para alinhamento das ações e definição de como a situação seria conduzida.

Ao BN, a Sesab informou que a investigação ocorreu através de visita in loco na unidade hospitalar. Além da equipe da pasta estadual, também foi acionado o Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (Cievs) Salvador.

Três grupos de trabalho foram formados para a averiguação. O primeiro era responsável por analisar a pesquisa em prontuário. O segundo avaliar a assistência farmacêutica e informações sobre o produto para saúde (cateter). Enquanto ao terceiro coube avaliar todos os processos da unidade hospitalar relacionados a controle de infecção.

“Foram realizadas coletas de material para análise laboratorial, recomendado pela vigilância, de todos os contatos do caso índice internados e dos ambientes em que esse paciente circulou pelas alas hospitalares”, informou a Sesab.

A pasta ainda afirmou que investigação permitiu o isolamento dos pacientes e uma série de recomendações da Anvisa para a desinfecção hospitalar para impedir a proliferação do fungo. Isso porque ele pode permanecer no ambiente por longos períodos, de semanas a meses. E também apresenta resistência a diversos desinfetantes, entre os quais os que são à base de quartenário de amônio.

MONITORAMENTO

A etapa atual é a de acompanhamento e monitoramento. O objetivo agora é garantir o cumprimento das recomendações de desinfecção realizadas pelo hospital para evitar a ocorrência de novos casos, apontou a Sesab.

Em relação aos processos de trabalho, a Secretaria da Saúde informou que a conclusão foi de que o Serviço de Controle de Infecção Hospitalar (SCIH) “adota as medidas preventivas de infecção hospitalar propostas pela Anvisa, que dispõe de protocolos e oferece treinamentos para implementação destes”.

“Além disso, observou-se que as medidas recomendadas de precaução e isolamento estão sendo aplicadas neste momento”, frisou a pasta.

Quanto ao futuro, a Sesab garantiu que manterá a vigilância ativa, “realizando as culturas de vigilância de forma periódica para análise da contenção do Fungo a nível hospitalar”. Assim como a Anvisa, que respondeu ao questionamento do Bahia Notícias garantindo que “continua monitorando esse surto e acompanhando as informações notificadas pelo hospital no formulário nacional específico”.

“Como as ações de prevenção e controle de infecções são descentralizadas, a Anvisa está em contato constante com o Núcleo estadual de controle de infecção hospitalar (NECIH) da Bahia, que por sua vez, está realizando o acompanhamento local desse surto”, informou em nota.

CASO INICIAL

O primeiro caso do superfungo foi identificado em uma amostra da ponta de um cateter de um paciente internado em UTI adulto de um hospital da Bahia. Na época a Anvisa informou que a presença do fungo foi confirmada pela técnica Maldi-Tof no Laboratório Central de Saúde Pública Profº Gonçalo Moniz (Lacen-BA) e no Laboratório do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HCFMUSP).

No alerta emitido pela agência foi destacado o fato de que a Candida apresenta resistência a vários medicamentos antifúngicos comumente utilizados para tratar infecções deste tipo. Algumas cepas deste superfungo são resistentes a todas as três principais classes de fármacos antifúngicos (polienos, azóis e equinocandinas).

Na ocasião a Anvisa também ressaltou que a identificação do fungo requer métodos laboratoriais específicos. Além disso a agência sanitária chamou a atenção para a propensão em causar surtos em decorrência da dificuldade de identificação oportuna pelos métodos laboratoriais rotineiros e da eliminação do ambiente contaminado, já que uma das características dele é a possibilidade de se manter nos ambientes e superfícies por longos períodos, de semanas a meses, além da resistência a desinfetantes.

A identificação do primeiro caso da Candida auris mobilizou o governo baiano, o hospital privado em que o fungo foi identificado, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária, Ministério da Saúde e a Universidade de São Paulo (USP). Todos este entes trabalharam em colaboração para esclarecer a situação e tomar as medidas cabíveis necessárias para afastar a ameaça à saúde pública.

TRANSMISSIBILIDADE

A Anvisa chama a atenção para a transmissibilidade e o alto nível de resistência aos antifúngicos. De acordo com a agência, essas são características que diferenciam o Candida auris de outras espécies de Candida.

“O modo preciso de transmissão dentro do ambiente de saúde ainda não é conhecido”, diz a agência, apesar de destacar que evidências iniciais sugerem que o ambiente pode ser o principal reservatório do fungo, e levar à disseminação por meio de superfícies, contato direto com os pacientes e equipamentos contaminados. A lista inclui estetoscópios, termômetro e aparelhos de aferição da pressão arterial.

A nota técnica da Anvisa ainda ressalta a alta transmissibilidade da Candida auris. “A persistência e a propagação do fungo, apesar de todas as medidas de prevenção de infecção, indicam uma resiliência às condições ambientais e persistência no ambiente, alta transmissibilidade e capacidade de colonizar rapidamente a pele do paciente e o ambiente próximo a ele”, diz. O texto ainda acrescenta que os pacientes podem permanecer com o fungo e assintomáticos por um período de três a cinco meses.

“C. auris está associada a episódios de surtos em serviços de saúde que resultam em aumento imediato de custos, não apenas financeiros, mas especialmente aqueles relacionados com a morbidade e a mortalidade de pacientes”, completa a nota.

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Secretaria de Saúde libera 54 cidades da BA para ampliarem faixa etária de vacinação contra dengue

Ministério da Saúde anunciou, nesta quinta-feira (18), que ampliou a cobertura para crianças e adolescentes de 6 a 16 anos.

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Foto: Andrezza Mariot/PMBV/Divulgação

A Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab) informou, nesta quinta-feira (18), que 54 municípios baianos poderão ampliar a faixa etária do público-alvo para a vacinação contra a dengue. Anteriormente, a imunização era restrita a jovens de 10 a 14 anos. A cobertura foi estendida para incluir crianças e adolescentes de 6 a 16 anos.

A decisão foi anunciada pelo Ministério da Saúde, com o objetivo de aproveitar as doses próximas do vencimento, no dia 30 de abril.

A Bahia distribuiu 170.469 doses para 125 municípios, mas cerca de 22 mil doses com validade até abril ainda não foram utilizadas. Até esta quinta-feira, 121.551 crianças e adolesces foram vacinados. [Confira a lista de municípios no final da matéria]

O g1 entrou em contato com a Sesab, que informou que a decisão de ampliação da faixa etária fica critério dos municípios que tiverem doses sobrando. Em Salvador, a Secretaria de Saúde (SMS) ainda não iniciou a nova estratégia.

“Nesse momento, a SMS estuda a melhor estratégia a ser adotada, realizando um levantamento e estratificação por idade, visando o melhor aproveitamento das doses, bem como para cumprir o objetivo de fortalecer e aumentar a cobertura vacinal contra a dengue em Salvador”, informou a SMS por meio de nota.

Lista de municípios que receberam doses de vacinas contra a dengue com vencimento dia 30 de abril e poderão ampliar a faixa etária do público-alvo:

  1. Amélia Rodrigues
  2. Anguera
  3. Antônio Cardoso
  4. Baixa Grande
  5. Barra do Choça
  6. Bonito
  7. Caetité
  8. Camaçari
  9. Candeal
  10. Candeias
  11. Capela do Alto Alegre
  12. Conceição do Jacuípe
  13. Conde
  14. Coração de Maria
  15. Dias d’Ávila
  16. Feira de Santana
  17. Gavião
  18. Ichu
  19. Ipecaetá
  20. Ipirá
  21. Irará
  22. Itaparica
  23. Jacaraci
  24. Lauro de Freitas
  25. Macaúbas
  26. Madre de Deus
  27. Mata de São João
  28. Morro do Chapéu
  29. Mundo Novo
  30. Nova Fátima
  31. Pé de Serra
  32. Pintadas
  33. Piripá
  34. Pojuca
  35. Rafael Jambeiro
  36. Riachão do Jacuípe
  37. Salvador
  38. Santa Bárbara
  39. Santanópolis
  40. Santo Amaro
  41. Santo Estêvão
  42. São Francisco do Conde
  43. São Gonçalo dos Campos
  44. São Sebastião do Passé
  45. Saubara
  46. Serra Preta
  47. Serrinha
  48. Simões Filho
  49. Tanquinho
  50. Teixeira de Freitas
  51. Teodoro Sampaio
  52. Terra Nova
  53. Vera Cruz
  54. Vitória da Conquista

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PF faz operação contra fraude à licitação e desvios de recursos públicos na contratação de empresa pela Prefeitura de Ilhéus

Grupo realiza manutenção e conservação de prédios públicos.

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Foto: Divulgação/PF

A Polícia Federal deflagra na manhã desta quinta-feira (18), a operação “Teatro Mambembe”, com o objetivo de combater crimes de fraude à licitação e desvios de recursos públicos na contratação de empresa pela Prefeitura de Ilhéus, no sul da Bahia, para realizar a manutenção e conservação de prédios públicos municipais.

O g1 tenta contato com a Prefeitura de Ilhéus, mas não conseguiu até a última atualização desta reportagem.

As investigações, que tiveram início em 2022, apontam:

  • a existência de um esquema de direcionamento da licitação para a empresa vencedora;
  • fraude documental;
  • superfaturamento dos serviços contratados, que culminou na prestação de serviços de má qualidade.

Além disso, a PF descobriu que diversas obras não foram executadas pela empresa vencedora da licitação, mas por pessoas vinculadas a agentes públicos do Executivo e Legislativo Municipal, que não tinham vínculo com o grupo contratado.

Segundo a Polícia Federal, a empresa investigada vem atuando desde 2019 e foi beneficiária de contratos que somam mais de R$ 50 milhões.

👉 13 mandados de busca e apreensão expedidos pela Justiça Federal, são cumpridos nesta quinta, nos municípios de Ilhéus, Itabuna e Salvador.

Os investigados responderão pelos crimes de frustação do caráter competitivo da licitação, fraude em licitação ou contrato, corrupção passiva; estelionato; falsidade Ideológica e associação criminosa.

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Aneel autoriza reajuste médio de 1,53% para tarifa de energia elétrica da Bahia

O aumento entra em vigor na próxima segunda-feira (22).

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Foto: Divulgação

A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) autorizou um reajuste médio de 1,53% para as tarifas de energia da Companhia de Eletricidade do Estado da Bahia (Coelba). O aumento entra em vigor na próxima segunda-feira (22).

O reajuste médio para os consumidores cativos atendidos em baixa tensão (residenciais, em sua maioria) será de 1,62%, e para os atendidos em alta tensão (indústrias e comércio de grande porte) será de 1,28%. A Coelba atende a 6,6 milhões de unidades consumidoras em todo o estado.

Segundo a Aneel, o processo é parte da Revisão Tarifária Periódica da Coelba, prevista no contrato de concessão da empresa, e os fatores que mais impactaram no cálculo da revisão foram os custos com compra e transporte de energia.

Conteúdo G1

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