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SAÚDE

Estoque de vacina contra meningite C em bebês tem situação crítica no país

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Um informativo do Ministério da Saúde enviado aos estados aponta que o país apresenta situação “crítica” de abastecimento da vacina meningocócica, recomendada a bebês para proteção contra meningite C. O problema ocorre desde abril, quando foram distribuídas doses equivalentes a apenas 58% da cota mensal de cada estado, e piorou nos meses seguintes – chegando a atingir 10% da cota em maio, 15% em junho e 36% neste mês.

Diante do envio reduzido, secretarias estaduais e municipais de saúde em ao menos seis estados consultados pela reportagem admitem que o cenário já gera falta da vacina em alguns postos de saúde. É o caso de cidades de Espírito Santo, Mato Grosso, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo e Tocantins. Procurados, Pernambuco e Rio de Janeiro também afirmam ter baixos estoques, mas não responderam se houve falta nos postos até agora.

A situação tem levado a uma peregrinação de pais em busca da vacina. Desde a última sexta (20), a auxiliar administrativa Patrícia, que pede para não ter o nome completo divulgado, procura a vacina para a sua filha de três meses em unidades de saúde de Araraquara, no interior de SP. Até agora, não conseguiu em nenhuma delas. “Hoje [quarta], falaram que chegaram apenas quatro doses, que já acabaram, e pediram que eu ligue na segunda-feira”.

Questionada, a Prefeitura de Araraquara diz que, devido ao atraso no recebimento das doses, há falta de vacina em todas as 32 unidades de saúde do município. Diante disso, começou a anotar os dados para contato de quem procura os postos para informar quando houver reposição.

Outras cidades do estado também relatam estoques zerados. Em São José dos Campos, 20 dos 40 postos de saúde não têm a vacina. A prefeitura diz que tem orientado a população a ligar e confirmar a disponibilidade com os postos antes de sair de casa.

Na capital paulista, a prefeitura informa ter recebido apenas 16% das doses pedidas para este mês. “Apesar das ações para amenizar possíveis transtornos, como o remanejamento das doses de salas de vacina com menor demanda, o atendimento já começou a ser comprometido na cidade pela falta da vacina em algumas unidades”, diz em nota.

Segundo a secretaria estadual de saúde de SP, o cenário ainda é de alerta. Até o momento, foram recebidas 101 mil doses para o mês de agosto – o equivalente a 36% do previsto. “A manutenção do abastecimento depende do envio de novas doses”. Já de maio a julho, a pasta diz ter recebido 339 mil doses – o total solicitado, no entanto, era de 896 mil.

Para a infectologista Karen Mirna Morejon, do comitê de imunizações da SBI (Sociedade Brasileira de Infectologia), a situação preocupa, uma vez que, em caso de falta prolongada, crianças podem ficar desprotegidas.

Ela lembra que, apesar de outras vacinas que protegem contra meningite no SUS, a meningocócica é a única da rede que protege contra a doença causada pela bactéria Neisseria meningitidis (meningococo) do grupo C – tipo prevalente entre as meningites bacterianas e que desperta atenção devido à possibilidade de gerar quadros graves.

Em geral, a meningite é caracterizada pela inflamação das meninges, membranas que envolvem o cérebro e a medula espinhal. A doença pode ser causada por vários agentes, como vírus e bactérias. Os principais sintomas são febre, dor de cabeça, vômitos, náuseas, rigidez de nuca e manchas vermelhas na pele.

Na rede privada, a vacina contra esse e outros tipos de meningite, chamada de ACWY, custa em torno de R$ 350. Quem não pode custear esse valor, assim, fica sujeito a atrasos no calendário vacinal.

Na rede pública, a vacina meningocócica C é indicada em duas doses, aos três meses e cinco meses, além de um reforço aos 12 meses de vida e outro na adolescência.

Em meio à incerteza sobre onde há baixos estoques e onde há desabastecimento, a presidente da Sbim (Sociedade Brasileira de Imunizações), Isabela Ballalai, recomenda aos pais que procurem informações junto ao município e busquem a proteção para os filhos assim que o abastecimento for regularizado.

Segundo ela, mesmo com o atraso, crianças que já tomaram uma das doses não precisam recomeçar o esquema vacinal. Neste caso, é preciso apenas completá-lo com as demais doses para garantir que a proteção seja efetiva.

Em nota, o Ministério da Saúde informa que a vacina está sendo distribuída de forma reduzida devido a atrasos na entrega pelo laboratório produtor, a Funed (Fundação Ezequiel Dias). De janeiro a julho deste ano, foram enviadas aos estados 3,9 milhões de doses. No mesmo período do ano passado, foram 5,9 milhões.

Segundo a pasta, a previsão é que a situação seja normalizada em agosto. Até lá, o ministério orienta os municípios com estoques reduzidos a fazer a vacinação segundo a disponibilidade de doses.

Questionada, a Funed informa que o problema ocorre “devido a problemas atípicos na cadeia produtiva e logística” nos últimos três meses, “com consequente impacto no abastecimento e disponibilização para a população”. O laboratório diz ainda que o cenário é “temporário” e que a situação será toda regularizada até agosto.

Ainda segundo o ministério, foram registrados 316 casos de meningite C em 2017, número semelhante ao do ano anterior. A pasta não informou quantos casos foram registrados neste ano.

Em junho, a Folha mostrou que a vacinação de crianças já atinge o índice mais baixo em mais de 16 anos. A taxa de cobertura da vacina meningocócica C, por exemplo, teve queda de 91,7%, em 2016, para 78,7% no ano passado.

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SAÚDE

Fiocruz: internações por gripe e vírus sincicial aumentam no país

O boletim aponta ainda para queda dos casos de covid-19, com alguns estados em estabilidade.

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Foto: Tomaz Silva / Agência Brasil

O Boletim InfoGripe, divulgado nesta semana pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), chama atenção para alta das internações por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), causadas principalmente pelo vírus sincicial respiratório (VSR) e a influenza A, o vírus da gripe. O boletim aponta ainda para queda dos casos de covid-19, com alguns estados em estabilidade.

Nas últimas quatro semanas, do total de casos de síndromes respiratórias, 54,9% foram por vírus sincicial e 20,8% por influenza A. Entre as mortes, os dois vírus são os mais presentes. Conforme o boletim, as mortes associadas ao vírus da gripe estão se aproximando das mortes em função da Covid-19, “por conta da diferença do quadro de diminuição da Covid-19 e aumento de casos de influenza”.

Desde o início de 2024, foram registrados 2.322 óbitos por síndrome respiratória grave no país.

O coordenador do InfoGripe, Marcelo Gomes, alerta para a importância da vacinação contra a gripe, em andamento no país, como forma de evitar as formas graves da doença. “A vacina da gripe, como a vacina da covid, têm como foco diminuir o risco de agravamento de um resfriado, que pode resultar numa internação e até, eventualmente, uma morte. Ou seja, a vacina é simplesmente fundamental”, alerta, conforme publicação da Fiocruz.

De acordo com o levantamento, 20 estados e o Distrito Federal apresentam tendência de aumento de SRAG no longo prazo: Acre, Alagoas, Amazonas, Bahia, Ceará, Goiás, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Santa Catarina, Sergipe, São Paulo e Tocantins.

Agência Brasil

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SAÚDE

Brasil integra rede da OMS para monitoramento de coronavírus

A CoViNet reúne 36 laboratórios de 21 países

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O Brasil passou a integrar um grupo internacional de monitoramento dos diferentes tipos de coronavírus. A rede de laboratórios, chamada de CoViNet, tem como objetivo identificar novas cepas que possam representar riscos para a saúde pública, além de buscar se antecipar a uma nova pandemia. 

A CoViNet reúne 36 laboratórios de 21 países e é um desdobramento da rede de laboratórios de referência estabelecida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) no início da pandemia de covid-19. O Brasil é representado pelo Laboratório de Vírus Respiratórios, Exantemáticos, Enterovírus e Emergências Virais do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz).

No final de 2023, a OMS decidiu ampliar e consolidar a rede formada durante a pandemia e lançou uma chamada para laboratórios de todo o mundo. O laboratório do IOC/Fiocruz foi um dos selecionados para compor a CoViNet. 

Segundo o IOC/Fiocruz, os dados gerados pelo CoViNet irão orientar o trabalho dos Grupos Técnicos Consultivos sobre Evolução Viral (TAG-VE) e de Composição de Vacinas (TAG-CO-VAC) da Organização, garantindo que as políticas e ferramentas de saúde global estejam embasadas nas informações científicas mais recentes e precisas.

Metro1

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SAÚDE

Casos de síndrome respiratória aguda grave sobem no país, diz Fiocruz

Quadro é decorrente do crescimento de diferentes vírus respiratórios.

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Foto: BBC

O boletim InfoGripe da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) divulgado nesta quinta-feira (28) aponta que os casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) aumentaram em crianças, jovens e adultos em todo o país. O quadro é decorrente do crescimento, em diversos estados, de diferentes vírus respiratórios como influenza (gripe), vírus sincicial respiratório (VSR) e rinovírus.

O boletim indica também uma tendência de queda de casos de SRAG na população a partir dos 50 anos de idade, devido à diminuição dos casos de Covid-19 nas regiões Centro-Oeste e Sudeste, e também de redução dos casos na região Sul.

De acordo com o coordenador do InfoGripe, Marcelo Gomes essa conjuntura mascara o crescimento dos casos de SRAG pelos demais vírus respiratórios nessas faixas etárias, especialmente aqueles associados ao vírus influenza A. “Esse cenário é fundamentalmente igual ao da semana passada. Manutenção de queda nas internações associadas à Covid-19 no Centro-sul, contrastando com o aumento de VSR e rinovírus em praticamente todo o país (incluindo o Centro-sul) e influenza A no Norte, Nordeste, Sudeste e Sul”, explicou.

Nas cidades de São Paulo e Rio de Janeiro, quando se estuda o total de novas internações por SRAG, sem a análise por faixa etária, observa-se cenário de estabilidade. Gomes avalia que, na verdade, esse quadro decorre da queda na Covid-19, camuflando o aumento nas internações pelos demais vírus respiratórios.

“Se olhamos apenas para as crianças, onde principalmente o VSR e o rinovírus estão mais presentes nas internações, vemos claramente o sinal de aumento expressivo de SRAG”, explica o pesquisador. Ele também destaca a importância dos cuidados para a prevenção. “Em casos de infecções respiratórias, sintomas de gripe e resfriados, deve-se procurar encaminhamento médico, além de manter repouso e usar uma boa máscara sempre que precisar sair de casa. A vacinação também é fundamental. A vacina da gripe está disponível em diversos locais”.

Mortalidade

A incidência de SRAG por Covid-19 mantém o cenário de maior impacto nas crianças de até dois anos e idosos a partir de 65 anos de idade. O aumento da circulação do VSR tem gerado crescimento expressivo da incidência de SRAG nas crianças pequenas, superando aquela associada à Covid-19 nessa faixa etária. Outros vírus respiratórios com destaque para a incidência de SRAG nas crianças pequenas continuam sendo o Sars-CoV-2 (Covid-19) e rinovírus. Já o vírus influenza vem aumentando a incidência de SRAG em crianças, pré-adolescentes e idosos. Quanto à mortalidade por de SRAG tem se mantido significativamente mais elevada nos idosos, com amplo predomínio de Covid-19.

Ao todo, 23 capitais do país apresentam crescimento nos casos de SRAG: Aracaju (SE), Belém (PA), plano piloto e arredores de Brasília (DF), Campo Grande (MS), Curitiba (PR), Florianópolis (SC), Fortaleza (CE), Goiânia (GO), João Pessoa (PB), Macapá (AP), Maceió (AL), Manaus (AM), Natal (RN), Palmas (TO), Porto Alegre (RS), Porto Velho (RO), Recife (PE), Rio Branco (AC), Rio de Janeiro (RJ), Salvador (BA), São Luís (MA), Teresina (PI) e Vitória (ES).

Agência Brasil

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