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SAÚDE

Endometriose: mitos e verdades sobre a doença que afeta 15% das brasileiras

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“Mulher nasceu para sentir dor. Você ainda não aprendeu a conviver com isso?”, perguntou um ginecologista à supervisora de marketing Karen Nepomuceno, do Rio de Janeiro. Naquele momento, as fortes cólicas que a incomodavam apenas no período menstrual já eram uma realidade em todos os dias do mês.

Consciente de que nem ela, nem a mãe, nem suas irmãs ou qualquer outra mulher foi colocada no mundo para isso, Karen partiu em busca de outra opinião. Encontrou uma médica que, com o pretexto de investigar as dores que ela sentia também na bexiga, perguntou: “quantos parceiros sexuais você tem”? A jovem, que naquele ano de 2015 estava com 24 anos, disse que apenas um. “Não pode ser. Isso é coisa de quem tem muitos”. Karen levantou e foi embora, sem deixá-la terminar a consulta com ares inquisitórios.

A busca incessante por qualidade de vida durou três anos, até que finalmente foi diagnosticada com endometriose, uma doença caracterizada pela presença de células do endométrio (tecido interno do útero que sai todo mês na menstruação) em outros lugares e órgãos do corpo, como ovário, intestino ou bexiga. Hoje, no Brasil, 15% das mulheres em idade fértil sofrem desse mal e acabam convivendo com fortes cólicas, dores na relação sexual e alteração do funcionamento do intestino durante o período menstrual — só para citar alguns sintomas — sem saber exatamente do que se trata.

O Gapendi (Grupo de Apoio às Portadoras de Endometriose e Infertilidade) e o ginecologista Edvaldo Cavalcante ouviram 3 mil mulheres com a doença e divulgou neste mês uma pesquisa na qual 57,3% delas disseram ter consultado mais de três médicos para chegar ao diagnóstico final e 38% afirmaram ter demorado de 5 a 8 anos para saber o que lhes causava tanto sofrimento. Março é o mês internacional para conscientização sobre a doença, é o Março Amarelo. No dia 30 serão realizadas marchas em 70 países.

— Quando uma pessoa fala que sente cólica todo mês, há médico que diz ser normal. Não é. Normal é menstruar e não sentir dor. Mas o grande problema hoje em dia não reside exatamente em saber fazer somente o tratamento. É ouvir a paciente. A partir do momento em que ouvimos, conseguimos pensar na endometriose, examinar adequadamente e pedir exames específicos — diz a ginecologista Rosa Maria Neme, proprietária do Centro de Endometriose São Paulo.

Uma das fundadoras do Gapendi, a terapeuta ocupacional baiana Marília Gabriela, 35 anos, está dentro desses números. Todo mês, ela ia parar em emergências por causa de cólicas e infecções urinárias (muitos focos estavam na bexiga). Seu ginecologista habitual nunca falou de endometriose. Muitos outros consultados também não. A vida de Marília entrou numa espiral de internações que a fizeram até perder um emprego.

— Deram a desculpa de que eu não estava rendendo o esperado. Eu sabia que era por causa das faltas e tinha consciência de que minha produtividade tinha caído. Eu ia trabalhar sempre medicada — conta Marília.

PRINCIPAIS DÚVIDAS

Desde que ouviu a palavra endometriose pela primeira vez, Marília mergulhou na internet para “juntar o quebra-cabeça”. No Orkut, conheceu outras mulheres com o mesmo tormento e fundou o Gapendi, há 9 anos. O grupo migrou para o Facebook e hoje tem 22 mil membros, que trocam diariamente experiências sobre tratamentos e cirurgias para amenizar sintomas e frear a doença, já que não se pode falar em cura definitiva. Em tempo: Marília, que muitas vezes ouvia dos colegas de trabalho e da família ser tudo “frescura”, precisou de cinco cirurgias. Ela perdeu 10cm do intestino e as trompas. Para realizar o sonho de ser mãe, precisará de uma fertilização in vitro.

— A doença está principalmente ligada à dor e à infertilidade, as duas piores coisas que uma mulher pode ter. Mexe muito com o emocional, por isso a importância do apoio psicológico — diz Rosa. Leia mais AQUI.

 

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SAÚDE

Fiocruz: internações por gripe e vírus sincicial aumentam no país

O boletim aponta ainda para queda dos casos de covid-19, com alguns estados em estabilidade.

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Foto: Tomaz Silva / Agência Brasil

O Boletim InfoGripe, divulgado nesta semana pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), chama atenção para alta das internações por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), causadas principalmente pelo vírus sincicial respiratório (VSR) e a influenza A, o vírus da gripe. O boletim aponta ainda para queda dos casos de covid-19, com alguns estados em estabilidade.

Nas últimas quatro semanas, do total de casos de síndromes respiratórias, 54,9% foram por vírus sincicial e 20,8% por influenza A. Entre as mortes, os dois vírus são os mais presentes. Conforme o boletim, as mortes associadas ao vírus da gripe estão se aproximando das mortes em função da Covid-19, “por conta da diferença do quadro de diminuição da Covid-19 e aumento de casos de influenza”.

Desde o início de 2024, foram registrados 2.322 óbitos por síndrome respiratória grave no país.

O coordenador do InfoGripe, Marcelo Gomes, alerta para a importância da vacinação contra a gripe, em andamento no país, como forma de evitar as formas graves da doença. “A vacina da gripe, como a vacina da covid, têm como foco diminuir o risco de agravamento de um resfriado, que pode resultar numa internação e até, eventualmente, uma morte. Ou seja, a vacina é simplesmente fundamental”, alerta, conforme publicação da Fiocruz.

De acordo com o levantamento, 20 estados e o Distrito Federal apresentam tendência de aumento de SRAG no longo prazo: Acre, Alagoas, Amazonas, Bahia, Ceará, Goiás, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Santa Catarina, Sergipe, São Paulo e Tocantins.

Agência Brasil

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SAÚDE

Brasil integra rede da OMS para monitoramento de coronavírus

A CoViNet reúne 36 laboratórios de 21 países

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O Brasil passou a integrar um grupo internacional de monitoramento dos diferentes tipos de coronavírus. A rede de laboratórios, chamada de CoViNet, tem como objetivo identificar novas cepas que possam representar riscos para a saúde pública, além de buscar se antecipar a uma nova pandemia. 

A CoViNet reúne 36 laboratórios de 21 países e é um desdobramento da rede de laboratórios de referência estabelecida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) no início da pandemia de covid-19. O Brasil é representado pelo Laboratório de Vírus Respiratórios, Exantemáticos, Enterovírus e Emergências Virais do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz).

No final de 2023, a OMS decidiu ampliar e consolidar a rede formada durante a pandemia e lançou uma chamada para laboratórios de todo o mundo. O laboratório do IOC/Fiocruz foi um dos selecionados para compor a CoViNet. 

Segundo o IOC/Fiocruz, os dados gerados pelo CoViNet irão orientar o trabalho dos Grupos Técnicos Consultivos sobre Evolução Viral (TAG-VE) e de Composição de Vacinas (TAG-CO-VAC) da Organização, garantindo que as políticas e ferramentas de saúde global estejam embasadas nas informações científicas mais recentes e precisas.

Metro1

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Casos de síndrome respiratória aguda grave sobem no país, diz Fiocruz

Quadro é decorrente do crescimento de diferentes vírus respiratórios.

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Foto: BBC

O boletim InfoGripe da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) divulgado nesta quinta-feira (28) aponta que os casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) aumentaram em crianças, jovens e adultos em todo o país. O quadro é decorrente do crescimento, em diversos estados, de diferentes vírus respiratórios como influenza (gripe), vírus sincicial respiratório (VSR) e rinovírus.

O boletim indica também uma tendência de queda de casos de SRAG na população a partir dos 50 anos de idade, devido à diminuição dos casos de Covid-19 nas regiões Centro-Oeste e Sudeste, e também de redução dos casos na região Sul.

De acordo com o coordenador do InfoGripe, Marcelo Gomes essa conjuntura mascara o crescimento dos casos de SRAG pelos demais vírus respiratórios nessas faixas etárias, especialmente aqueles associados ao vírus influenza A. “Esse cenário é fundamentalmente igual ao da semana passada. Manutenção de queda nas internações associadas à Covid-19 no Centro-sul, contrastando com o aumento de VSR e rinovírus em praticamente todo o país (incluindo o Centro-sul) e influenza A no Norte, Nordeste, Sudeste e Sul”, explicou.

Nas cidades de São Paulo e Rio de Janeiro, quando se estuda o total de novas internações por SRAG, sem a análise por faixa etária, observa-se cenário de estabilidade. Gomes avalia que, na verdade, esse quadro decorre da queda na Covid-19, camuflando o aumento nas internações pelos demais vírus respiratórios.

“Se olhamos apenas para as crianças, onde principalmente o VSR e o rinovírus estão mais presentes nas internações, vemos claramente o sinal de aumento expressivo de SRAG”, explica o pesquisador. Ele também destaca a importância dos cuidados para a prevenção. “Em casos de infecções respiratórias, sintomas de gripe e resfriados, deve-se procurar encaminhamento médico, além de manter repouso e usar uma boa máscara sempre que precisar sair de casa. A vacinação também é fundamental. A vacina da gripe está disponível em diversos locais”.

Mortalidade

A incidência de SRAG por Covid-19 mantém o cenário de maior impacto nas crianças de até dois anos e idosos a partir de 65 anos de idade. O aumento da circulação do VSR tem gerado crescimento expressivo da incidência de SRAG nas crianças pequenas, superando aquela associada à Covid-19 nessa faixa etária. Outros vírus respiratórios com destaque para a incidência de SRAG nas crianças pequenas continuam sendo o Sars-CoV-2 (Covid-19) e rinovírus. Já o vírus influenza vem aumentando a incidência de SRAG em crianças, pré-adolescentes e idosos. Quanto à mortalidade por de SRAG tem se mantido significativamente mais elevada nos idosos, com amplo predomínio de Covid-19.

Ao todo, 23 capitais do país apresentam crescimento nos casos de SRAG: Aracaju (SE), Belém (PA), plano piloto e arredores de Brasília (DF), Campo Grande (MS), Curitiba (PR), Florianópolis (SC), Fortaleza (CE), Goiânia (GO), João Pessoa (PB), Macapá (AP), Maceió (AL), Manaus (AM), Natal (RN), Palmas (TO), Porto Alegre (RS), Porto Velho (RO), Recife (PE), Rio Branco (AC), Rio de Janeiro (RJ), Salvador (BA), São Luís (MA), Teresina (PI) e Vitória (ES).

Agência Brasil

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