conecte-se conosco




BAHIA

Cacique diz que índios do Sul da Bahia resistirão a Bolsonaro

Publicado

em

Figura lendária entre fazendeiros do Sul da Bahia, o cacique Josivaldo Ferreira da Silva, líder dos índios Tupinambás e conhecido como Babau, afirmou ao CORREIO que “nem Bolsonaro, nem ninguém vai tirar os índios das nossas terras. Vamos resistir”. Ele se refere especificamente às áreas ocupadas no município de Buerarema, onde o então candidato à presidência da república, Jair Bolsonaro, obteve no domingo (28) 55,26% dos votos válidos. Além do município, o candidato do PSL só venceu na Bahia em Itapetinga, Luís Eduardo Magalhães e Teixeira de Freitas.

Com 18.391 habitantes, Buerarema vive um conflito indígena histórico. E, lá, reina em muitas pessoas a esperança de, com Bolsonaro eleito, terem suas propriedades de volta, depois de uma onda de ocupações indígenas, ocorridas entre 2012 e 2014, numa área conhecida como Serra do Padeiro.

“Estamos resistindo aqui desde que existe o Brasil, não vai ser esse presidente ou qualquer outro que vai tirar nosso direito de ficar nas terras de uma hora para outra, por vontade. Existem leis consolidadas no Brasil que nos garantem a terra”, declarou.

Sobre as eleições no município, o cacique afirmou que “Buerarema sempre foi de direita e que os índios que elegeram os candidatos de esquerda, do PT”, mas não soube informar quantos tupinambás votaram na cidade.

“No máximo, o que vai acontecer é ele ficar enrolando para regularizar logo a nossa terra, mas deixar de fazer o que já foi feito não tem como”, comentou. Ao seu favor, os índios têm o Ministério Público Federal (MPF), que vem atuando para que os pedidos de reintegração de posse não sejam cumpridos. Os conflitos, inclusive, deram uma trégua depois de decisões da Justiça Federal para cessar as reintegrações.

O MPF “espera manter os indígenas nas terras como forma de evitar o agravamento de conflitos na região” e diz que “a Serra do Padeiro é uma área já reconhecida e delimitada pela Funai, e de ocupação indígena consolidada desde o ano de 2006”.

A Fundação Nacional do Índio (Funai) publicou, em 2019, no Diário Oficial da União, o relatório de delimitação da terra indígena tupinambá, com 47.376 hectares. Além de Buerarema, a área indígena abrange partes de Una e Ilhéus.

Há ainda cerca de 600 fazendas na área que os índios reivindicam. A Fundação Nacional do Índio (Funai) estima que cerca de 80% do território delimitado esteja com os Tupinambás, o que resultou no abandono das fazendas por parte dos proprietários.

“Os proprietários estão com esperança de ter a terra de volta. A principal demanda da cidade é esta, pois sabemos que com a terra a nossa economia local volta ao que era antes, e que estava bem melhor que hoje”, disse o professor Leandro Nascimento.

Na região, ainda se guarda na memória a época em que os conflitos entre índios e proprietários de terra (a maioria pequenos produtores com áreas de 10 a 15 hectares) se intensificaram de forma grave, no final de 2013, quando foi preciso o governo federal enviar tropas da Força Nacional.

Produção agrícola
Com os índios ocupando as terras que antes eram dos agricultores, a produção rural se manteve relativamente instável, desde 2009, ano da delimitação da terra indígena Tupinambá pela Funai.

Entre os Tupinambás, as áreas de produção agrícola são divididas em “troncos familiares” – são 24 “troncos” no total, cada um com 100 a 120 pessoas. Eles têm produção baseada na agroecologia, basicamente com produtos orgânicos.

Segundo o Censo Agropecuário 2017 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a região de Buerarema tem como principais culturas o cacau, o abacaxi, a mandioca e a banana, e há pequenas produções de palmito, coco e borracha.

A Prefeitura de Buerarema informou que os índios ocupam 5% do território do município e que eles estão mais nas áreas com plantação de mandioca, que teve uma grande queda na produção de 2016 para 2017.

Segundo dados do IBGE, a produção era de 788 toneladas e foi para 100 toneladas. O ano de maior produção, nesse período, foi em 2009, com 900 toneladas de mandioca. Pior para a cana-de-açúcar, que deixou de ser produzida em 2012.

Entre 2012 e 2014 – quando os conflitos pararam – o saldo foi de quatro índios mortos, um trabalhador rural que ficou paraplégico após ser ferido a bala, carros do governo federal e estadual incendiados e prédios públicos e particulares depredados em Buerarema.

A produção de cacau caiu a metade na cidade, desde 2009, quando foram colhidos 1.591 toneladas da amêndoa da fruta. Em 2011 chegou a 1.931 toneladas e foi caindo até chegar a 959 toneladas em 2017.

Já a banana se manteve relativamente estável nesse período, com produção variando entre 280 e 560 toneladas, mas que em 2017 deu um incrível salto para 4.644 toneladas, segundo os dados do IBGE.

Compartilhe
CONTINUE LENDO

BAHIA

Cientistas da UERJ identificam nova espécie de dinossauro que viveu no Recôncavo Baiano

Segundo a universidade, o trabalho também revelou os primeiros ossos de dinossauros descobertos na América do Sul.

Compartilhe

Publicado

em

Foto: Thales Nascimento/Divulgação

Um estudo coordenado pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) identificou uma nova espécie de dinossauro que viveu no Recôncavo Baiano. Segundo a universidade, o trabalho também revelou os primeiros ossos de dinossauros descobertos na América do Sul, “proporcionando apontamentos valiosos sobre a fauna pré-histórica da região”.

O espécime foi batizado como Tietasaura derbyiana, em homenagem à “Tieta do Agreste”, romance do escritor Jorge Amado, e ao geólogo e naturalista Orville A. Derby, fundador do Serviço Geológico e Mineralógico do Brasil e um dos pioneiros da paleontologia brasileira.

A equipe de paleontólogos, coordenada pelas pesquisadoras Kamila Bandeira e Valéria Gallo, ambas do Instituto de Biologia Roberto Alcantara Gomes (Ibrag) da Uerj, analisou fósseis coletados entre 1859 e 1906 na Bacia do Recôncavo, unidade geológica localizada no Nordeste do Brasil. Esses materiais eram considerados perdidos, mas foram encontrados recentemente no Museu de História Natural de Londres.

Durante a análise, foi identificada a espécie nova, a primeira no Brasil de um dinossauro do grupo dos ornitísquios, uma ordem de dinossauros herbívoros, caracterizados pelo focinho em forma de bico e pela estrutura da pélvis que se assemelha à das aves.

“Os achados descritos nesta pesquisa representam, não apenas uma das faunas de dinossauros mais diversas deste intervalo de tempo, mas também uma descoberta histórica importante”, ressalta Bandeira. “As ocorrências de dinossauros em depósito Pré-Barremiano, ou seja, de cerca de 130 milhões de anos atrás, são raras, mundialmente falando, e consideradas produto de uma escassez global de depósitos continentais desse período”, completa.

Os resultados foram publicados neste mês de abril no periódico científico Historical Biology, fornecendo novas perspectivas sobre a evolução e diversificação dos dinossauros, além de destacar a necessidade de preservar coleções históricas para o avanço da ciência.

Conteúdo G1

Compartilhe
CONTINUE LENDO

BAHIA

Mais de 300 mil baianos já podem trocar antena parabólica de graça

Afiliadas locais de grandes emissoras brasileiras fazem parte da lista de canais disponíveis no novo equipamento.

Compartilhe

Publicado

em

Crédito: Divulgação

Os moradores da Bahia que já fizeram a substituição da parabólica tradicional pela nova parabólica digital têm uma grande vantagem: podem assistir as afiliadas locais da Globo e Record. Esse é um dos benefícios do novo equipamento, que vem sendo instalado gratuitamente pela Siga Antenado nos lares de famílias de baixa renda que assistem à TV via satélite.

A substituição da parabólica tradicional pelo kit gratuito com a nova parabólica digital é fundamental, pois em breve o sinal das parabólicas tradicionais será desligado, tornando indispensável a atualização para manter o acesso à programação de TV. Quem é beneficiário de programas sociais do governo federal e utiliza a parabólica antiga para ver TV, não precisa se preocupar, pois pode ter direito à instalação do kit gratuito com o novo equipamento, realizada pela Siga Antenado.

Sandra Batista dos Santos , moradora de Serrinha, é uma das beneficiárias do programa. Ela avalia que a presença de canais locais trouxe à família mais informações sobre a comunidade onde vive. “Quando eu tava com a parabólica antiga, assistia poucos canais. Agora os meninos assistem desenho, eu assisto ao jornal, dá para acompanhar tudo quase em tempo real”, comemora.

O agendamento para a instalação gratuita da nova parabólica digital está disponível em 144 cidades da Bahia. Nos próximos meses, o benefício estará disponível para todos os municípios do Estado. Para saber quem tem direito ao kit com a nova parabólica digital, a pode entrar em contato com a Siga Antenado através do site.

Conteúdo Correio

Compartilhe
CONTINUE LENDO

BAHIA

Número de casos da Febre do Oropouche sobe para 95 na Bahia

Doença viral é transmitida pelo Culicoides paraensis, conhecido como maruim.

Compartilhe

Publicado

em

Crédito: Conselho Federal de Farmácia/Reprodução

Subiu para 95 o número de casos confirmados da Febre do Oropouche na Bahia. Nesta quinta-feira, 18 de abril, foi confirmado pelo Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen) que a doença foi mapeada em 17 cidades da Bahia.

O primeiro caso da doença em Salvador foi confirmado no dia 10 de abril.

Confira cidades com casos confirmados da doença

  • Amargosa (3)
  • Camamu (1)
  • Gandu (11)
  • Ibirapitanga (1)
  • Ituberá (1)
  • Jaguaripe (2)
  • Laje (14)
  • Maragogipe (1)
  • Mutuípe (2)
  • Piraí do Norte (1)
  • Presidente Tancredo Neves (9)
  • Salvador (2)
  • Santo Antônio de Jesus (5)
  • Taperoá (4)
  • Teolândia (23)
  • Valença (10)
  • Igrapiúna (3)

A Secretaria de Saúde (Sesab) não divulgou detalhes sobre o estado de saúde dos pacientes.

👉 A Febre do Oropouche é uma doença viral transmitida pelo Culicoides paraensis, conhecido como maruim ou mosquito-pólvora. Até o momento, não há registros de transmissão direta entre pessoas.

👉 Os sintomas incluem febre, dor de cabeça e dores musculares, semelhantes aos de outras arboviroses como a dengue e a chikungunya.

👉Não existe tratamento específico para a Febre do Oropouche, sendo o tratamento focado no alívio dos sintomas.

Com o aumento no número de casos, a Secretaria da Saúde do Estado intensificou as ações de investigação epidemiológica nas regiões em que houve registros da doença.

Técnicos da Vigilância Epidemiológica estão fazendo a captura do mosquito transmissor para identificar se estão infectados. O objetivo é compreender melhor o cenário da doença na Bahia.

Por meio de nota, a diretora da Vigilância Epidemiológica do Estado, Márcia São Pedro, disse que o poder público está em alerta desde o primeiro caso confirmado.

“Toda vez que falamos em agravo de interesse a saúde pública, um caso já é um sinal de alerta para a vigilância epidemiológica, mesmo que não haja um cenário de ameaça iminente”, afirma.

Ainda de acordo com Márcia São Pedro, é importante que as pessoas usem roupas compridas e façam uso de repelentes. “Ressaltamos também que não se deve deixar lixo e folhas acumulados, pois a existência destes materiais facilita a reprodução do vetor”, afirma.

Ela ainda destaca que ao aparecer sintomas, deve-se buscar uma unidade de saúde. Não existe tratamento específico para a Febre do Oropouche, é feito o manejo clínico focado no alívio dos sintomas.

Conteúdo G1

Compartilhe
CONTINUE LENDO

Mais Lidas